Amparado pelas asas
Leitura Bíblica: Deuteronômio 32.9-12
Sustenta-me, segundo a tua promessa, e eu viverei (Sl 119.116a).
A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? - pensou ela. O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar? Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final o empurrão. A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida. Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor. Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram!
Esta história de autor desconhecido tinha a seguinte conclusão: “Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar”. Esta história nos lembra o nosso texto base de Deuteronômio que diz que uma águia, para que seus filhotes aprendam a voar, deixa-os cair do ninho, paira ao redor deles e, antes que cheguem ao chão, estende as suas asas para ampará-los. Isso acontece repetidas vezes até que os filhotes aprendam a voar. É desta mesma forma que Deus faz conosco. Muitos problemas que passamos são uma queda livre num abismo e o chão parece ser o nosso destino. Mas, por mais que não notemos presença alguma de esperança, Deus paira ao nosso redor e cuida de nós. Em nossa vida existem momentos em que Deus permite a presença de abismos para aprendermos a voar.
Em queda livre, aprenda, com Deus, a voar.